Foto por Bianca Berg
Das palavras ocupem-se os poetas
Que beiram ao precipício
E que fazem da noite palco de luxúria
Esses tais que exaltam os bêbados mais que aos santos
Que atravessam as palavras, desviando-as
E navegam no sonho desafiando eternidades.
Das palavras ocupem-se os poetas
Que cavam nos escombros os gritos dos desesperados
E saem das cavernas vislumbrando a claridade
Esses tais que brindam com o veneno do amor
Que se enamoram por doces Dulcineias
E anseiam, em quase vertigem, a imortalidade.
Das palavras ocupem-se os poetas
Que pedem perdão para tornar a pecar
E adoecem em nome da palavra
Esses tais que caçam na escuridão suas entranhas
Que embriagam por teimosia a lucidez
E apaixonam-se pela liberdade.
Das palavras ocupem-se os poetas!
*Recebeu Menção Honrosa no XVIII Prêmio Ideal Clube de Literatura - 2016 e foi posteriormente publicado no Jornal O Povo em 16/03/2016.
*Recebeu Menção Honrosa no XVIII Prêmio Ideal Clube de Literatura - 2016 e foi posteriormente publicado no Jornal O Povo em 16/03/2016.
2 Comentários
"Das palavras ocupam-se os poetas",e com elas afloram sentimentos,trazem à tona emoções da sensibilidade que lhes é peculiar, ao enxergar o que, segundo o poeta, é invisível aos olhos: o essencial.
ResponderEliminarE assim caminha a poesia de Rosa Morena: muita sensibilidade, olhares diversos... Enfim, ocupa-se das palavras de uma perspectiva muito particular. Parabéns!!!
o meu querido filósofo deu show na poesia da Rosa. obrigada por esses talentos
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