Ocaso


Foto por Tim Foster



Movimenta sua cruz sem nenhum ruído
Com sua retina quase úmida
Observa a cidade em seus tremores noturnos
Ouve em distância o badalar dos sinos
Que se apiedam dos que morrem
Apenas dos que morrem.

Caminha para seu esconderijo a céu aberto
A escolta da noite parece amparar sua dor
Há um tempo, o flagelo apodrece suas entranhas
Os gemidos são roucos
E não incomodam os vizinhos que dormem
Na fraca luz sua miséria se expande, sem testemunhas.

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