Estranhamento*


Foto por: Luis Dalvan



Mesmo colada em mim
Por vezes me estranho
Um susto do que não sou
Um cisco que me absurda
Um corpo que me reduz
Um olhar preso em distância.

Mesmo colada em mim
Por vezes me estranho
Um caminho que me furta
Um luar que me oculta
Um senão que me confunde
Uma palavra que cai morna.

Mesmo colada em mim
Por vezes me estranho
Um vazio do que não sinto
Um tempo que me aprisiona
Um andar que me sufoca
Um hoje que só me trai.



*2° Lugar no Prêmio Literário Patativa do Assaré - FLI7 -2017.



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